segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

16 dias de ativismo pelo fim da violência contra mulher











A campanha da UNEB pelo fim da violência contra a mulher, organizada por meio de uma parceria entre o Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade (Nugsex Diadorim) e o Sistema de Bibliotecas (Sisb), integrou a Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que aconteceu simultaneamente em 159 países.
A Campanha de 16 Dias de Ativismo na UNEB pelo Fim da Violência contra a Mulher, realizada pelo Sistema de Bibliotecas (Sisb) da UNEB e Núcleo de Gênero e Sexualidade (Nugsex Diadorim), nos 24 campi da universidade, terminou dia 10 de dezembro. No Camnpus XVI a Campanha terminou um dia antes (09 de dezembro)com a Mesa redonda “Do erotismo à violência” : Imaginário erótico e violência: Disfunções necessárias. Com Robério Pereira Barreto e as Patrícias Barreto e Morais.
Algumas questões foram discutidas e refletiu-se sobre papel da mulher e a sua independência que vem carregada de renúncias.




Segue um trecho da palestra:

Sadismo e Masoquismo: Disfunções necessárias;
O ato sexual em si, é um ato de violência, um jogo de domínio e dominação de si e do outro, isto segundo Foucault . Bataille compara o ato sexual ao sacrifício religioso. Alguns na antiguidade clássica proponham regimes do uso desses prazeres, delegando ao ato sexual medidas e formas da melhor conduta.
Mas somente a partir das literaturas “malditas” do Marquês de Sade (1740-1814), francês e Sacher-Masoch (1836-1895), austríaco, houve a denominação de comportamentos sexuais que a psiquiatria considera como perversões de ordem sexual.
No cerne dessas disfunções sexuais encontram-se as algolagnias ativa e passiva, o sadismo e o masoquismo. O primeiro cuja essência é a satisfação erótica advinda de atos de violência, crueldade física ou moral. O termo é derivado do Marquês de Sade, que escreveu textos que possuía por característica, intensa violência e terror sexual e/ou erótico, os seus escritos eram tidos como capazes não só de destruir o corpo, mas como também a alma de qualquer leitor. Sade não estava limitado a literatura sua vida foi indelevelmente associada as essas práticas, sua biografia é marcada por episódios de torturas, sodomia e profanações.
Já o masoquismo, algolagnia passiva, consiste no prazer que se obtém ao sofrer maus-tratos físicos ou morais; o conceito deriva do escritor austríaco Leopold de Sacher-Masoch, um homem enigmático que só conseguia realizar o ato sexual com a condição de ser açoitado e humilhado pela mulher que ele desejava. Em Psychopathia Sexualis, (Psicopatias sexuais) de 1886, Krafft-Ebing, com base no que sabia de Masoch, deu o nome de masoquismo à perversão que leva algumas pessoas a sentir um verdadeiro deleite na dor e na humilhação. A psicanálise precisou esse fenômeno e fez a distinção entre o masoquismo erógeno, integralmente sexual, e o masoquismo moral, relativo ao comportamento geral.
A junção dessas práticas permitiu o surgimento de um terceiro conjunto: o sadomasoquismo, que reúne em um só indivíduo as disfunções sexuais descritas por Sade e Masoch.
Essas disfunções necessárias ao imaginário erótico humano, mergulhadas na violência, são altamente questionadas por aqueles que não as praticam e abre uma série de questionamentos que vão desde se um “tapinha não dói” até a por sob suspeita a sanidade dos praticantes.
No Kama Sutra, há a indicação de como excitar o parceiro com pancadas, não se trata de pancadas aleatórias, mas seguem toda uma lógica anatômica, onde se ressalta onde bater, a intensidade, e como a mão deve estar, se mais côncava ou aberta. Então pensar se um “Um tapinha não dói” é pensar qual o limite entre os tapinhas que excitam e os tapas de uma violência não permitida, de um jogo de domínio nocivo, que fere os princípios da satisfação compartilhada e legalidade. Até onde vai o comportamento sádico e masoquista? Ou sadomasoquista?

Um comentário:

  1. Uma coisa não tem a ver com outra. Sexo é sexo, a mulher gosta, como gosta o homem. A questão é a violência contra a mulher, pura e simples, sem teorias mirabolantes. Mulheres espancadas, assassinadas, apredrejadas, humilhadas, oprimidas...

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